Descobrindo a Arquitetura no Jardim de Infância (Do Baixo Alentejo até ao Louvre)

Explorar materiais, construir conceitos e descobrir a arquitetura!
Duas crianças colocavam e retiravam peças e outras por vezes caíam. Construíram diferentes edifícios. Juntei-me a elas e fomos fotografando o processo

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Novos edifícios surgiram: altos, baixos, de diferentes dimensões, com pessoas dentro ou sem pessoas.

E continuámos a registar! E a trocar ideias! E a falar dos diferentes edifícios que conhecemos. E eu falei no Louvre. O Louvre? Sim, o Louvre! E fomos ver. E todas as crianças se juntaram para ver o Louvre e as construções do colegas. 

E... "Ah! Como é parecido!" e "Amanhã vou construir o Louvre e peço à Professora J. para te enviar a fotografia porque tu amanhã não estás cá!"

E hoje foi assim: iniciámos o dia num jardim de infância no Baixo Alentejo e terminámos no Museu do Louvre em Paris!

Todos para a Rua!

Conhecer a aldeia onde vivemos e o seu património. Observar o que vimos todos os dias e que nem sempre reparamos que lá está. Perceber que vivemos numa aldeia ou numa vila e que Évora já é uma cidade. E como uma aldeia se transforma numa cidade?

E que nos últimos dias tem chovido, na aldeia e na cidade, e que para além das poças (onde gostamos de saltar!) há muitas outras coisas que acontecem! 

Mas... o que acontece ao pinheiro e às suas pinhas quando chove? Tanto para descobrir!

Tudo isto (e muito mais!) foi acontecendo, foi sendo falado, experimentado, refletido e descoberto... todos juntos e a brincar!

Livros e mais livros! Histórias e mais histórias!

Assim que chego a um Jardim de Infância, logo a seguir ao "Olhá Rute!!!" e ao abraço, segue-se "Qual é o livro que trazes hoje?!".

E dos livros saem histórias, e conversas,  e teatros, e técnicas de expressão plástica, 

e experiências para fazer,  palavras para escrever, e números para contar, e yoga para relaxar... 

e um sem números de ideias que vão ganhando forma ao sabor da imaginação de miúdos e graúdos!

"Capuchinho, vai À D'Ávó levar este cestinho!"

Em quase 30 anos que trabalho com crianças, já perdi a conta às vezes que terei contado a história "O Capuchinho Vermelho", às que interpretei cada uma das suas personagens ou que assumi a direção dos atores-crianças de norte a sul de Portugal. 

É sempre diferente, especial e único!

Aqui pelo Baixo Alentejo o Capuchinho Vermelho lá foi "À D'Ávó" (à casa da avó) levar o tal cestinho! 

Quando as histórias são apropriadas, recontadas, transformadas e interpretadas pelas crianças incorporando as suas vivências pessoais e a sua cultura local, fico sempre encantada!

Pelos recreios do Alentejo também se anda à azeitona

 

E as árvores também são casas e abrigos de brincadeiras!

E há estradas e quintas com tratores e, claro,... touradas e pegas de touros.

Assim, se brinca no Jardim de infância... recriando as vivências da terra onde se habita.

Sementes

Tal como a semente com cerca de mil anos descoberta numa caverna do deserto da Judeia e que agora é uma bela arvorezinha, depois de uns tempos "adormecida", voltei à Educação e ao estudo da mesma, desta feita em terras alentejanas. 

Feito o balanço das últimas semanas, há novas cores e tonalidades a brotar e muitas ideias a germinar! Nelas se inclui este Jardim das Cores na sua função primeira, a de ser um diário de bordo da minha vida na Educação.

Hortas? Pois, claro!

Tudo começou há uns (muitos) anos atrás com as hortas nos jardins de infância por onde passei, semeando e plantando em vasos ou construindo canteiros e hortas no espaço exterior das escolas, envolvendo miúdos e graúdos (colegas, famílias, juntas de freguesia...).

Por onde vivi, tive uma horta de varanda junto à praia, uma horta de alpendre na montanha e, mais recentemente, uma horta de quintal junto ao rio. Sempre em "contentores" pois ainda não houve a possibilidade de cá em casa ser de outra forma.

Muito se pode fazer com pouco espaço e muita dedicação! E é tão bom poder "ir ali" buscar os coentros para o caril de grão, os tomates cereja para a salada e a hortelã para uma água vitaminada bem fresquinha! 

É tão bom, ao início da manhã ou ao final da tarde, regar, acompanhar o crescimento e colher os frutos para saboreá-los sabendo que não têm quimicos, que estou a diminuir a minha pegada ecológica e que estou a cuidar da minha saúde física e mental.

"Eu como saudável, tu comes saudável" (como diz o meu aluno de português Frank aqui).