
Hoje estive a observar o estágio de umas alunas do 4º ano de Educação de Infância. No grupo de crianças dos 3 aos 5 anos, voltei a sentir aquela adrenalina de ver surgir a possibilidade de realizar um projecto com as crianças. Os seus olhos entusiasmados, as ideias a surgir rapidamente, a descoberta de coisas que não sabiam e que podiam descobrir, procurar e investigar...
Apesar das diferenças geográficas, culturais e sociais entre Lisboa e Lamego, apesar de Modelos Curriculares e formas de Pensar e Viver a Educação Pré-escolar que, não raras vezes, divergem em vários aspectos das minhas convicções e concepções de Educação... uma coisa é, para mim, certa: as crianças devem ser escutadas!
Não é ouvir e dizer o «sim, sim» de quem não escuta nada e continuar a fazer com as crianças aquilo que tão estruturadamente tinha sido planeado (e que tinha demorado horas a fazer). É deixar-se levar pelo entusiasmo da descoberta das crianças, ficar com o brilho nos olhos tal como elas... e, se preciso for, atirar a planificação ao ar, reformular tudo (ou quase tudo) e ir ao encontro das suas necessidades e interesses.
Quando isso acontece as aprendizagens ganham outro significado, outra dimensão. A dimensão do envolvimento em algo que queremos muito saber e conhecer, algo que é meu e teu e, por isso, é nosso. Eu aprendo, tu aprendes, nós aprendemos...
Que bom voltar a sentir o brilho nos olhos!
Queridas alunas não deixem fugir a oportunidade de ver o brilho nos olhos das crianças e de se deixarem contagiar por ele. Será que conseguiram perceber o brilho nos meus olhos?! O entusiasmo das minhas palavras?!
6 comentários:
ainda hoje agradeço ao meu orientador por não me obrigar a fazer planos de aulas... só lhe tinha que dizer o tema da aula e mais nada... os planos só servem para nos prenderem....
Rute, minha querida, quando nasceste o médico não disse: é uma menina e sim é professora!
beijinhos
É verdade, os planos muitas vezes mudam quando olhamos e sentimos as necessidades de um grupo! Ainda me lembro de um dia de estágio, em que eu levava comigo uma planificação, como já era habitual e a maior aventura foi quando a orientadora de estágio me disse..."Marta, hoje deixa a planificação, senta-te com eles, conversa, escuta-os e "SENTE" o que eles precisam!"...na verdade, nunca mais me esqueci desta lição e experiência...e muitas vezes lembro-me, então sento-me, escuto, olho e sinto o que eles precisam e aprendemos juntos!
Beijinhos e Bom fim-de-semana!
O melhor plano é aquele que é dinâmico e consegue surpreender os olhares menos atentos! Bj
Subscrevo a Pitanga, és uma educadora nata!
Bjinhos!
Araj:
Os planos ajudam a estruturar o pensamento e a intencionalizar a nossa prática pedagógica mas não são algemas! Temos que nos saber libertar deles, não é?!
Marta:
E a sensação é tão boa! Só nós e eles! A relação humana no seu esplendor...
Fátima:
A imaginação e a criatividade são necessárias na Educação. Há professores que fazem todos os anos as mesmas coisas... como é possivel?! Não se cansam?!...
Pitanga e Jardineira Aprendiz:
Os vossos elogios deixaram-me corada e até um pouco embaraçada... obrigada. Gosto muito de Educação e é bom fazer aquilo que gostamos.
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