A Matilde Rosa Araújo esteve na Feira do Livro do Jardim de Infância onde trabalho. As crianças ansiavam por conhecer a senhora que tinha escrito a história que eles tanto gostavam ("O Capuchinho Cinzento") e apenas sabendo que ela tinha nascido em 1921 eis como a imaginaram: "já é avó, tem óculos, tem cabelo branco ou cinzento, tem bengala, tem mãos murchas, tem unhas pintadas e olhos pintados, gosta de escrever e achamos que é professora de adultos (ensina a escrever livros)".
Quando a Matilde chegou junto de nós bateram palmas e gritaram "Matilde! Matilde!". A descrição que haviam feito da escritora estava muito perto da realidade. A simpatia irradiava da oitencenária senhora que simpáticamente se havia deslocado ao nosso espaço. Cantaram-se canções adaptadas aos seus poemas, leu-se poesia, fizeram-se perguntas que foram respondidas com toda a atenção e também a poetisa nos brindou com a leitura de uma obra sua e com o seu autógrafo.
Ainda tive tempo para lhe contar o que as crianças haviam dito do seu livro "O Capuchinho Cinzento" e quando lhe referi que várias crianças me haviam dito que o Capuchinho Cinzento não era o Capuchinho Vermelho porque este não crescia, era sempre criança, ela olhou-me nos olhos e respondeu "E talvez tenham razão...".
Um Muito Obrigado à Matilde Rosa Araújo pelo carinho e pelo momento inesquecível em que também eu continuei criança, a ouvir os seus poemas e à espera de um autógrafo e de um beijinho.
Pode consultar a Autobiografia de Matilde Rosa Araújo no último JL (parcialmente online).
Sem comentários:
Enviar um comentário