O F. estava no computador. Eu estava numa mesa perto dele a arrumar os portefolios. Na sala estavamos apenas os dois , cada um envolvido na sua tarefa mas não alheios ao que cada um fazia (última semana de aulas tem destas coisas).
Sem desviar o olhar do ecrã pergunta-me: "o que é para fazer aqui?". Manuseava o rato habilmente colocando-o em cima das palavras e das imagens. Acedendo aos signos a que ele ainda não consegue aceder, li "glossário". Pensei em como explicar-lhe, em meia dúzia de palavras, o "que era para fazer".
Olhando para o ecrã e com as mãos ocupadas nas folhas, disse-lhe qualquer coisa como: "aí é para explicar, aos meninos que já sabem ler, o que as palavras querem dizer" (rica explicação, senhora educadora!!).
E os meus olhos voltaram a ocupar-se da mesma tarefa a que as mãos se dedicavam. Mas os ouvidos continuaram ocupados pela tarefa do F. e fizeram mais uma vez com que eu desviasse o olhar e a atenção para a sua tarefa.
Correndo o rato, da esquerda para a direita, pelas palavras marcadas a cores dizia: "blue - azul; yellow - amarelo". Depois levou o rato ao símbolo que conhecia e que permitia aceder a outra parte do jogo. Eu sorri, as minhas mãos e olhos voltaram a ocupar-se da tarefa que estava a fazer mas o pensamento estava ainda com o F. e no que acabara de observar.
Posso não lhe ter proporcionado a devida atenção nem sequer ter fornecido a melhor resposta (e eu estava a "culpar-me" por isso quando o ouvi falar), mas depois percebi que tínhamos partilhado um momento excepcionalmente "caseiro" e cúmplice por estarmos só os dois no JI (habitualmente: 25). Percebi que nem sempre há as respostas certas, que por vezes a melhor atenção não é aquela em que estamos "em cima" das crianças e que é bom darmos espaço para que eles dêem a sua interpretação das coisas e assim ficarmos a conhecê-los melhor. Mas, mesmo assim, continuo a achar que lhe devia ter dado outro tipo de resposta e atenção... nobody is perfect...
Sem desviar o olhar do ecrã pergunta-me: "o que é para fazer aqui?". Manuseava o rato habilmente colocando-o em cima das palavras e das imagens. Acedendo aos signos a que ele ainda não consegue aceder, li "glossário". Pensei em como explicar-lhe, em meia dúzia de palavras, o "que era para fazer".
Olhando para o ecrã e com as mãos ocupadas nas folhas, disse-lhe qualquer coisa como: "aí é para explicar, aos meninos que já sabem ler, o que as palavras querem dizer" (rica explicação, senhora educadora!!).
E os meus olhos voltaram a ocupar-se da mesma tarefa a que as mãos se dedicavam. Mas os ouvidos continuaram ocupados pela tarefa do F. e fizeram mais uma vez com que eu desviasse o olhar e a atenção para a sua tarefa.
Correndo o rato, da esquerda para a direita, pelas palavras marcadas a cores dizia: "blue - azul; yellow - amarelo". Depois levou o rato ao símbolo que conhecia e que permitia aceder a outra parte do jogo. Eu sorri, as minhas mãos e olhos voltaram a ocupar-se da tarefa que estava a fazer mas o pensamento estava ainda com o F. e no que acabara de observar.
Posso não lhe ter proporcionado a devida atenção nem sequer ter fornecido a melhor resposta (e eu estava a "culpar-me" por isso quando o ouvi falar), mas depois percebi que tínhamos partilhado um momento excepcionalmente "caseiro" e cúmplice por estarmos só os dois no JI (habitualmente: 25). Percebi que nem sempre há as respostas certas, que por vezes a melhor atenção não é aquela em que estamos "em cima" das crianças e que é bom darmos espaço para que eles dêem a sua interpretação das coisas e assim ficarmos a conhecê-los melhor. Mas, mesmo assim, continuo a achar que lhe devia ter dado outro tipo de resposta e atenção... nobody is perfect...
2 comentários:
Melhor do que isso parilharam um momento de cumplicidade. Muitas vezes me acontece "despachar" a atenção e a resposta. As vezes sinto-me culpada. Outras acho que tambem é uma aprendizagem viver com esses momentos... talvez seja apenas uma desculpa. Não deve ser fácil estar o dia todo com meninos e com atenção... Bjs
Rute não te sintas culpada. Tu mesmo reconheces que lhe deste um momento "caseiro", e as crianças sabem quando não estão sozinhas.
Podes ter a certeza que ficou nele gravada a tua presença, o teu cheiro, o teu carinho.
beijos e boa tarde
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